Ansiedade, Infância e Saúde Mental

Na psicanálise, a ansiedade é entendida como defesa de algo que o sujeito sente como perigo, e pode ocupar um lugar associado ao momento em que a criança se constitui em relação as suas vivências, assim como de ordem edípica que aponta para a complexa relação entre o lugar do sintoma e sua constituição psíquica diante de algo não elaborado.

Alguns fatores que podem contribuir para seu desenvolvimento, estarão sempre ligados ao ambiente, ao modelo de pensamento, a estrutura do ego, traumas ou eventos marcantes vividos.

Os sintomas podem se manifestar de várias formas como:  dor de cabeça, dor de barriga, tonturas, sudorese, falta de ar, insônia, irritabilidade, apatia, oscilação de humor, mudanças nos hábitos alimentares, medos, birras, crise de choro, dificuldade para dormir ou acordar mais do que o habitual, falta de comunicação, etc.

Tratar as questões que estão por trás da ansiedade representa entender o sofrimento psíquico a partir de um sintoma que quer nos comunicar algo, e não somente em resposta a um estímulo externo, mas uma manifestação de algo que ainda está no inconsciente e que necessita vir à tona para ser percebido como um desejo que ainda não foi reconhecido, ou seja, ansiedade como sinal de algo que ainda não foi transformado na consciência, entendendo seus estímulos como um caminho de abertura que aos poucos tornará possível o próprio reconhecimento do “eu” diante daquilo que demanda sofrimento.

Para entender os mecanismos da ansiedade é necessário tratamento, pois uma criança ansiosa estará sempre diante de um sofrimento antecipado por algo que ainda lhe é desconhecido, e quando não tratado, na vida adulta terá que conviver com consequências que irão comprometer sua rotina, vida social, somatizações.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é bem maior que a simples ausência de doença, sendo um estado de bem-estar físico, mental e social que merece atenção desde o nascimento, até o fim da vida, entendendo que os primeiros anos de vida serão o grande referencial do modo de ser da própria existência.

Música “Barato Total” com Gilberto Gil.

Foto do Acervo @auguri_humanamente

Autor

Claudia Zogheib
Psicóloga clínica, psicanalista, especialista pela USP, atende presencialmente e online. Redes sociais e sites: @claudiazogheib, @augurihumanamente, @cinemaeartenodivã, www.claudiazogheib.com.br e www.augurihumanamente.com.br