Ano Novo, velhos estigmas
Mais um ano se inicia e para todos os mesmos desafios cotidianos que nos fazem sair da cama mesmo quando não temos forças para seguir. São obrigações, contas, deveres, família que, no montante geral, servem como impulso, mesmo que obrigatório, a lutar pelas horas laborais de nosso dia a dia.
Como falei, são os mesmos desafios, mas longe de serem as mesmas oportunidades, pois ainda há um longo caminho para que as possibilidades da vida sejam equitativas. E para quem acha que não existe desigualdade nas oportunidades de emprego, em 2022 foi feito uma pesquisa e constataram que brancos ganhavam 64% a mais que pretos e/ou pardos.
Nessa mesma pesquisa, foi constatado que na administração pública, educação e serviços sociais, a taxa de brancos é 50,23% maior que a de pretos e/ou pardos. Em 2023, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontou que, embora a população negra em idade de trabalho represente 56,1% da população, os negros representam mais da metade dos desempregados, sendo 65,1%.
Poderíamos extrapolar ainda mais se levarmos em conta mulheres, mas fica nítido que o preconceito ainda impera na busca de trabalho. E antes que falem sobre meritocracia, será que esta população não tem tanta ou mais capacidade que qualquer outro branco? Vamos refletir um pouco mais para que, gradativamente eliminemos o preconceito de qualquer espécie de nossa sociedade.
Em 2024, teremos os mesmos desafios, mas também teremos novos, um desses, talvez o mais importante, é nos tornarmos uma sociedade ética, que olhe o ser humano como deve ser e não mais como mão de obra e que a depender da cor desta mão, se torna ainda mais barata e descartável ou que muitas vezes, nem utilizável.
Está na hora da sociedade subverter alguns preconceitos que já não se encaixam mais na atualidade. Um feliz 2024 a todos. Que tenhamos consciência!
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