Ameaças voadoras
Engana-se quem pensa que a dengue sumiu durante a pandemia do coronavírus e reapareceu agora, devido ao momento de calmaria. Ela sempre esteve ali, os mosquitos continuaram se reproduzindo louca e rapidamente, mantendo-se aquele ciclo já conhecido dos especialistas. Entra ano, sai ano, a epidemia reaparece com mais ou menos força – mas sempre fazendo vítimas e até mortes. A situação vai se repetir até que a população realmente faça sua parte e o poder público coloque esse enfrentamento como prioridade. Não dá mais para manter a rotina de visitas e bloqueios como se nada de mais grave estivesse acontecendo, quando a cidade somou mais de 7 mil casos e 13 mortes nos últimos doze meses. Ao mesmo tempo, não é possível que as pessoas não tomem as precauções faladas há décadas, limpando suas casas e evitando qualquer tipo de recipiente que possa acumular água, mesmo diante dos casos sequenciais entre familiares e vizinhos. Certamente não há, hoje, na cidade, quem não saiba que a dengue está se alastrando por toda a região e que todo cuidado é pouco. Todo mundo sabe que o reflexo é visto nas unidades de saúde e hospitais, ainda que a Secretaria de Saúde argumente, com números que podem ser vistos nessa edição, de que a demanda está aquém da capacidade da rede. Pelos números e a quantidade de exames pendentes, a coisa pode ficar ainda pior e, a cada chuva, o Aedes continuará se transformando em milhares de ameaças voadoras para a população. Precisamos de um basta e precisa ser agora.
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