Afronta à inclusão e igualdade
A inacessibilidade nas escolas estaduais de São Paulo, revelada pela auditoria do Tribunal de Contas do Estado, o TCE, é um retrato alarmante da negligência dos governantes e gestores da educação. A constatação de que apenas um terço das escolas são acessíveis a estudantes com deficiência, e que milhares de alunos com deficiência motora frequentam escolas sem a estrutura adequada, é uma afronta aos princípios da inclusão e da igualdade de oportunidades. É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda tenhamos crianças e jovens com deficiência enfrentando barreiras físicas e arquitetônicas que dificultam ou impedem seu acesso à educação. A falta de rampas, elevadores, banheiros adaptados e outros recursos essenciais não apenas viola seus direitos, mas também os exclui do convívio social e do processo de aprendizagem. A responsabilidade por essa situação recai sobre os ombros das autoridades, que têm o dever de garantir que todas as unidades de ensino sejam acessíveis a todos os alunos, independentemente de suas necessidades. A falta de investimento em infraestrutura e a ausência de planejamento adequado demonstram um descaso com a educação inclusiva e com o futuro desses estudantes. As consequências dessa negligência são graves e podem acarretar impactos negativos na aprendizagem e no desenvolvimento dos alunos com deficiência. A dificuldade de locomoção, a falta de autonomia e a sensação de exclusão podem gerar frustração, desmotivação e até mesmo abandono escolar. Além disso, a falta de acessibilidade limita a interação com os colegas e dificulta a participação em atividades extracurriculares, prejudicando o desenvolvimento social e emocional desses alunos. É urgente que os governantes e gestores da educação tomem medidas efetivas para reverter essa situação. É preciso investir em infraestrutura, capacitar os profissionais da educação e promover a conscientização sobre a importância da inclusão. A acessibilidade não é apenas uma questão de cumprir a lei, mas sim de garantir o direito à educação e à cidadania para todos os alunos, sem exceção.
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