Adolpho Guimarães Corrêa
Muitos acreditam que, no início de nosso povoado, Vila Adolpho correspondia à todas as regiões que futuramente dariam origem a cidade de Catanduva, fato que se enganam, já que em tempos remotos tínhamos uma divisão de trechos na localidade, ora terras pertencentes à cidade de Jaboticabal, ora porções pertencentes à São José do Rio Preto.
O nome de Vila Adolpho foi dado à parte que hoje corresponde ao centro do município de Catanduva e pertencia à cidade de São José do Rio Preto, daí a nomenclatura da região, já que este fazia referência ao Sr. Adolpho Guimarães Corrêa, na época, prefeito daquela localidade.
Prefeito
Nascido na cidade de Airuoca – Minas Gerais – em 25 de novembro de 1973, Adolpho Guimarães foi prefeito na cidade de São José do Rio Preto durante o período de 1908 e 1914, época em que Cerradinho foi elevada à categoria de vila.
Mudou-se para a cidade de São José do Rio Preto no início de 1897 para se casar com a prima Maria Ermelinda, filha do advogado da Câmara Municipal, Ezequiel Giimarães Côrrea. Ainda em 1897, foi nomeado professor da recém-criada Escola Municipal Mista, cargo que ocupou até março de 1898.
Um ano mais tarde, em 15 de maio de 1899, fundou a Loja Maçônica Cosmos, nesta época conseguindo o título de coronel da Guarda Nacional, equiparando-se em poder aos grandes coronéis.
Quando completou 28 anos, foi eleito vereador, desbancando o padrinho Pedro Amaral. Em janeiro de 1902, elegeu-se presidente da Câmara Municipal. Naquela época, não existia a figura do prefeito municipal e quem mandava, de fato, era o presidente do Legislativo.
Adolpho Guimarães foi uma pessoa muito ativa na cidade vizinha de São José do Rio Preto, prevendo, já no início do século, a construção de largas avenidas ao longo dos córregos Canela e Borá, percebendo isso como fator de desenvolvimento econômico da cidade.
A família morava em um casarão que depois funcionou o Cine Rio Preto, na Bernardino de Campos, e onde hoje está situado o Praça Shopping. A “Bernardino” levava, em tempos atrás, o nome de Adolpho Guimarães Corrêa, mas foi mudada para homenagear o interventor que criou a lei emancipatória do município.
Ficou no cargo até 1907, quando uma reforma eleitoral criou o cargo de prefeito. A partir de 1908, o coronel Adolpho tornou-se prefeito do município, com mandato até 1914, quando uma crise política o obrigou a renunciar ao mandato.
Ao renunciar à prefeitura, voltou seus olhos para a cidade de São Paulo, ingressando na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, diplomando-se em 1923, com 50 anos de idade, atuando nas duas cidades. Morreu na cidade de São Paulo em 27 de agosto de 1943, e como forma de homenagem, existe uma praça na cidade de São José do Rio Preto que leva seu nome.
“O Porvir”
Uma das contribuições significativas do coronel Adolpho Guimarães Corrêa na cidade de São José do Rio Preto foi a fundação do primeiro jornal da cidade, chamado de “O Porvir”.
“O Porvir”, tablóide semanal, foi mantido pelo coronel, que na época era um dos políticos mais influentes da região. Corrêa comprou a máquina tipográfica em Jaboticabal, e, em cima de um carro de boi, trouxe para a cidade rio pretense, contratando o seu pimeiro tipógrafo, Cincinato Homem.
O ano era de 1902 e a cidade de São José do Rio Preto começava na rua Sapo (hoje João Mesquita) e terminava até a rua São Pedro, atual Jorge Tibiriçá, com enormes lotres vazios e pequenas construções. Havia ainda um pequeno cemitério cercado de estacas de aroeira.
Foi nessa época que o coronel Adolpho Guimarães Corrêa selou o seu cavalo e se dirigiu à cidade de Jaboticabal, o centro urbano mais próximo, distante de mais de 30 léguas dentro de mato alto.
Sua ida àquela localidade era motivada pela necessidade de se comprar as máquinas e os tipos que o jornal “O Combate” havia colocado à venda.
Regressou de Jaboticabal trazendo de carro de boi a pequena impressora, os prelos, os cavaletes, as primeiras resmas de papel e Cincinato Homem, o primeiro tipógrafo rio-pretense.
Em julho do ano seguinte, 1903, no dia 12, eles lançavam a 1ª edição do primeiro jornal da cidade de São José do Rio Preto, intitulado de “O Porvir”.
O jornal era bem tendencioso, com finalidade de registrar seus feitos político, já que um ano antes o coronel Adolpho Guimarães Corrêa havia sido eleito presidente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto, derrubando a hegemonia política de quase duas décadas de Pedro Amaral. Com o jornal, ele prestaria contas de seus atos e dominaria de forma mais categórica as rédeas políticas da cidade.
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