A tendência atual do cinema: cada vez mais sequências e franquias
Nos últimos anos, a indústria cinematográfica tem se voltado cada vez mais para a produção de sequências e o desenvolvimento de franquias. Essa tendência não é apenas uma moda passageira, mas uma estratégia bem calculada que visa maximizar lucros e minimizar riscos.
Há mais de 30 anos, a sequência do filme De Volta Para o Futuro 2 (1989) brincava com a ideia de que, no longínquo futuro de 2015, Spielberg estaria fazendo Tubarão 19. Era uma brincadeira do diretor Robert Zemeckis com seu amigo Steven, que revolucionou as bilheterias com seu filme (1975). Outro amigo, George Lucas, faria o mesmo com Star Wars dois anos depois. Exemplos recentes incluem as franquias de sucesso da Marvel, DC e Jurassic World, que continuam a expandir seus universos.
Antes disso, as sequências eram vistas como projetos de menor importância, muitas vezes produzidas com orçamentos reduzidos e sem o mesmo cuidado artístico do original. Hoje, no entanto, cada nova continuação tende a ser mais cara e ambiciosa, com o objetivo de atrair um público ainda maior. Em alguns casos, acontece justamente o oposto, e cada sequência fica mais "pobre" que a anterior – mas não é a regra e os produtores tentam corrigir o erro alguns anos depois.
Isso acontece por que as franquias oferecem uma base sólida de fãs e uma garantia de retorno financeiro. Estúdios como a Disney têm apostado em suas marcas, anunciando novas sequências para filmes como Frozen e Toy Story. Essa estratégia não só atrai o público fiel, mas também gera interesse midiático. Porém, também há risco de uma sequência mal feita ser mal recebida pelo público e queimar a franquia.
A nostalgia é uma ferramenta poderosa no marketing cinema atual. Trazer de volta franquias clássicas ou continuar histórias amadas pelo público cria uma conexão emocional que pode ser explorada para garantir a bilheteria. Filmes como Ghostbusters, Matrix, Alien, além do recentemente exibido em Catanduva Os Fantasmas Ainda Se Divertem (cujo original era de 1988) são exemplos de como a nostalgia pode ser utilizada para revitalizar franquias antigas.
Apesar do sucesso financeiro, essa tendência também enfrenta críticas. Alguns argumentam que a ênfase em sequências e franquias limita a originalidade e a diversidade no cinema, levando a uma saturação de conteúdos semelhantes. Além disso, há o risco de "fadiga de franquia", onde o público pode eventualmente perder o interesse devido à repetição excessiva de temas e personagens.
A própria Marvel, que levou essa tendência ao limite do bilhão de dólares, que o diga.
O futuro do cinema parece estar firmemente enraizado na continuidade de histórias e no desenvolvimento de universos expandidos, que se cruzam com os streaming. Com a diversidade dos canais e demanda por conteúdo constante, é provável que essa tendência continue a crescer. Até quando, a ver.
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