A tal da descentralização
Não é de hoje que a Secretaria Municipal de Cultura tenta descentralizar suas atividades. Num passado um pouco distante, antes da criação da Estação Cultura, essas atividades se resumiam a um ou outro curso, de música ou pintura, na antiga Casa da Cultura, no Higienópolis. Tinha também artesanatos na Praça 9 de Julho. Depois de 2016, quando os antigos prédios da Estação Ferroviária e do Terminal Rodoviário, na rua Rio de Janeiro, foram recuperados e transformados em um complexo cultural, surgiu o programa de Oficinas Culturais com a oferta de grande número de cursos de qualificação. Felizmente, essa iniciativa do poder público nunca mais foi deixada de lado, apesar das trocas de governantes. Todos entenderam sua importância. Em paralelo, algumas ações surgiram e, depois de um tempo, sumiram. Houve cinema nos bairros, com a utilização de um grande telão inflável, e também projetos com atrações variadas e participação da própria comunidade, tal como proposto agora pelo “Cultura em Ação”. Não há problema algum em repetir o modelo, o verdadeiro problema está na perenidade dos mesmos, pois de tempos em tempos as atrações voltam a ser oferecidas apenas na Estação Cultura ou praças centrais. No atual governo, além do projeto anunciado ontem, há também a intenção de descentralizar as próprias oficinas culturais, que já foram descentralizadas em dado momento, com atividades no Nosso Teto e no CEU do Eldorado, por exemplo. Mas, como sempre, durou pouco. Retorna agora a esperança de que as pessoas mais humildes possam ter acesso à cultura como um todo perto de suas casas, já que a distância, nesse caso, é um impeditivo indiscutível.
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