A ponte sobre o rio Tocantins, próxima à cidade de Marabá, no Estado do Pará, além da sua importância social e econômica, ganhou manchetes recentemente por ter sido palco da prisão de um dos foragidos do presídio de segurança máxima (!) de Mossoró. É claro que o foco do noticiário, como não poderia deixar de ser diferente, era a prisão dos dois sentenciados, mas não custava destacar um pouco da importância e até mesmo certa curiosidade da ponte onde se deu uma das prisões. Fato é que a Ponte Mista de Marabá é uma importante construção rodoferroviária que cruza o Rio Tocantins pouco antes da formação do lago artificial da hidrelétrica de Tucuruí, mas dentro do perímetro urbano de Marabá. Sua função inicial era fazer o cruzamento ferroviário do Rio Tocantins, para viabilizar o transporte de cargas e principalmente minério ferro de Carajás até o porto de Itaqui, através da E.F. Carajás. O projeto inicial da empresa Vale previa a construção da ponte exclusivamente para o tráfego ferroviário. Entretanto, o Ministério dos Transportes exigiu que o projeto previsse também o uso para rodovias. Foi então estabelecido que a obra fosse complementada durante a construção da ferrovia com pistas adicionais para o transporte rodoviário. Assim, apenas menos de um ano e meio após o início da obra, em 23 de fevereiro de 1985, a ponte foi inaugurada tendo ao centro a ferrovia e nas laterais as duas faixas da rodovia, tornando-se, assim, responsável pela ligação do sudeste paraense com a costa norte brasileira. É a única ponte do país cujas faixas de rolamento ao longo de sua extensão de 2.340 metros, sem nenhuma junta de dilatação, são do tipo mão inglesa (sentido invertido), tendo ao centro a via férrea que atende ao transporte de cargas, principalmente minérios e passageiros entre os estados do Pará e Maranhão. Segundo um contador catanduvense que reside há 12 anos em Tucuruí (251 km de distância de Marabá), a ponte tem sido ponto de muitos suicídios e recentemente dois amigos bêbados também perderam a vida caindo da sua altura. É a décima ponte mais extensa do país e importante elo indispensável para o escoamento de riquezas da região norte e que deve ser lembrada, obviamente, pela sua relevância econômica e fator de integração regional que são muito maiores do que o episódio que recentemente a tornou conhecida e que ganhou as manchetes dos jornais. O bom jornalista não se limita aos fatos, procura ir além deles, principalmente quando o palco da noticia tem uma história interessante a ser contada.

Fonte: algumas informações extraídas da enciclopédia livre Wikipédia