A mente cura

Cada um de nós tem a sua própria participação na saúde ou na doença, a todo momento. A grande maioria das pessoas acham que a cura é algo que nos é dado, e que, ao terem um problema de saúde física ou emocional, a única coisa que tem a fazer é ir ao médico ou psicólogo que eles se encarregarão da cura. Em parte, isto é verdade, porém, apenas em parte.

Todos nós participamos de nossa saúde através de nossas convicções, nossos sentimentos e nossas atitudes em relação à nossa vida e, de forma mais direta, através de exercícios e dieta. Além do que, nossa resposta a qualquer tratamento depende da confiança que temos em relação ao profissional que está nos atendendo.

Partimos da premissa de que uma doença não é simplesmente um fato físico, mas um problema que diz respeito à pessoa como um todo, incluindo não apenas o corpo, mas também as emoções, mente e espírito. Os estados emocionais e mentais têm uma função importante tanto no que diz respeito à suscetibilidade à doença como na recuperação de qualquer doença.

Nosso corpo foi planejado de forma que os momentos de estresse, seguidos por uma reação física do tipo lutar ou fugir, causem poucos danos. No entanto, quando a resposta fisiológica ao estresse não é descarregada – por causa das consequências sociais da “luta” ou “fuga” – há o início de um efeito cumulativo no corpo. Isto é chamado de estresse crônico, o estresse que se acumula dentro do corpo e que não é liberado. E é uma ideia cada vez mais aceita que o estresse crônico desempenha um papel fundamental em muitas doenças.

Para começar, o estresse crônico, com frequência, produz desequilíbrios hormonais. Como os hormônios tem uma função essencial no regulamento das funções corporais, esses desequilíbrios podem levar a um aumento da pressão sanguínea e, como resultado final, causar dano aos rins. Esse dano causado aos rins pode, por sua vez, causar uma hipertensão grave, o que reforçaria ainda mais o desequilíbrio químico.

Além disso, o estresse crônico pode levar a desequilíbrios emocionais. Porém, a maneira como cada pessoa interpreta ou lida com o estresse será determinante para seu adoecimento ou não. Por exemplo, a perda de um emprego pode significar para alguns uma derrota ou sinal de falha da pessoa. Para outras pode significar um desafio ou uma oportunidade para criar uma nova situação positiva.

Ao compreendermos como podemos participar de nossa saúde ou de nossa doença estaremos dando o primeiro passo importante para recuperarmos nosso bem-estar.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp