A fila é lenta, mas respeitosa na modesta Igreja de Santa Maria Maggiore, que fica no platô de uma colina do lado oposto da Basílica de São Francisco, que também fica na parte alta da cidade de Assis, na Itália. Enquanto a Basílica enorme recebe diariamente uma multidão de pessoas e onde é possível assistir missa de hora em hora, a igreja de Santa Maria é bem menor, muito simples, com poucos adornos e recebe um número de visitantes ainda não tão grande. Fato é que, estar a menos de meio metro de distância da urna de vidro onde repousa sereno, trajando uma jaqueta azul, calça jeans e tênis, como se estivesse num sono profundo, o jovem beato Carlo Acutis, é algo que, além de impressionar, traz uma rara, indescritível, inexplicável e intensa emoção, destas que invade a alma e que só é possível sentir quando se está diante de algo divino. Carlo Acutis foi um adolescente católico italiano nascido no Reino Unido em 03 de maio de 1991, beatificado pela Igreja Católica e que será canonizado em 27 de abril de 2025, conforme recente anúncio do Papa Francisco. Ele se tornou conhecido por documentar milagres eucarísticos e as aparições marianas aprovadas ao redor do mundo e catalogá-los em um site que ele mesmo criou, além de usar a internet para evangelizar. Carlo morreu com apenas 15 anos de idade em 12 de outubro de 2006(mesmo dia em que se comemora Nossa Senhora Aparecida), em Monza, na Itália, em decorrência de uma leucemia crônica que o levou a óbito apenas 4 dias após ser diagnosticada. Filho de família rica, sendo os pais Antonia Salzano Acutis e Andrea Acutis que, atualmente residem em Milão, cidade onde Carlo cresceu. Costumava dizer que: "Todos nascemos originais, mas muitos morrem fotocópias". Antes de falecer, disse à mãe – “não se preocupe, eu lhe darei muitos sinais” e mais, garantiu que ela iria conceber gêmeos. E, assim foi: quatro anos depois, aos 44 anos, sua mãe deu à luz às gêmeas Francesca e Michele. O interessante e surpreendente nisso tudo é que, 13 anos após sua morte, em 2019, o corpo de Acutis foi exumado e encontrado praticamente intacto ou incorrupto. Ele passou por um processo de restauração, que não foi bem detalhado pelo Vaticano e, em 06 de abril daquele ano foi transferido para a iglesia de Santa Maria Maggiore, onde permanece para visitação pública. A mãe frequentemente se desloca de Milão para rezar diante da urna sepulcral onde repousa o filho em Assis. Dois milagres atribuídos a Acutis já foram reconhecidos: o primeiro aconteceu em 12 de outubro de 2010, exatamente quatro anos após a sua morte, quando um menino no Brasil com problema congênito e incurável no pâncreas (fibrose cística) e que mal conseguia se alimentar, tocou uma relíquia do beato em Campo Grande (MS). Já o segundo milagre aconteceu quando ele curou uma jovem da Costa Rica que estava com traumatismo craniano, depois que ela sofreu um acidente de bicicleta em 2022. Quem for a Assis, não pode perder a oportunidade de ver de perto essa extraordinária e inexplicável figura divina da era da internet. O Google traz preciosas informações sobre esse menino que, certamente será o primeiro Santo da era da internet. Sua história pode ser também conhecida com a leitura do livro “Carlo Acutis, Beato, A vida além do limite”, publicado originariamente em janeiro de 2018, de autoria do italiano Francisco Occhietta, que existe na versão em português, mas, apesar de reimpresso em fevereiro deste ano não está atualizado. Outra obra interessante foi escrita pela mãe do beato “O segredo do meu filho – Por que Carlo Acutis é considerado Santo”, Editora Paulus, que pode ser adquirida no site Amazon ou Magazine Luiza e custa em torno de R$ 40,00. P.S: fonte que conversou com a mãe informou que o corpo do Carlo está sendo confiado pela família aos Beneditinos, para ser exposto em outro local onde mais pessoas possam visitar com mais tranquilidade, diminuindo o tamanho da fila.