A greve enfim acabou
Professores e servidores das universidades federais aceitaram a proposta do governo federal para encerrar a greve que começou há mais de dois meses. Os docentes já tinham aceitado o acordo e anunciaram o fim da greve no último sábado, 22. Para esse grupo, o governo propôs a reestruturação da remuneração com dois reajustes salariais - de 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Por sua vez, para os técnico-administrativos em educação, o governo propôs a recomposição salarial de 9% em 2025 e 5% em 2026. As duas categorias insistiam em um reajuste ainda neste ano, que não foi contemplado. Apesar disso, outras pautas não-salariais tiveram avanços e resultaram em conquistas, na visão dos grevistas. Também houve sinalização de que haverá recomposição parcial do orçamento das instituições federais, que vêm perdendo recursos ano a ano. Em paralelo, o Governo Federal anunciou a expansão da rede de universidades federais, com abertura de 10 novos campi – sendo um deles em São José do Rio Preto, a partir de investimento global de R$ 5,5 bilhões por meio do PAC. Esse ponto é deveras polêmico, já que, por mais que seja importante aproximar esses polos de ensino e pesquisa do cidadão de todas as localidades, é essencial que a estrutura já existente funcione bem, com ensino de qualidade, é claro, mas também com estrutura e tecnologia adequada para o aprendizado. Ou seja, antes de criar novos polos, seria preciso assegurar que os existentes estejam funcionando em nível de excelência. Até porque, se uma das reclamações era justamente a redução do orçamento, à medida que a demanda aumenta, e o dinheiro não, a fatia do bolo ficará menor para cada uma dessas instituições. A tendência, com isso, é que os problemas se acentuem. Por ora, fica o alívio da retomada das aulas e a expectativa para que o reforço de caixa seja condizente com as necessidades, com as obras e reformas já existentes, bem como com a expansão proposta.
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