A fragilidade do homem

O Brasil é um país que tem como característica principal ser considerado conservador e machista. País no qual a mulher deve seguir ditames e contextos impostos por homens, legislações feita por homens e as mulheres que as vezes estão envolvidas, estão imersas no próprio machismo estruturado na sociedade.

Se a mulher é estuprada, culpa dela, quem mandou se vestir com roupa curta. Se ela é assediada, culpa dela, quem mandou sair na rua. Se é agredida, culpa dela, quem mandou afrontar seu “dono”. É, é assim que muitos homens acham que são, donos da mulher, como se ela fosse um objeto, um bibelô que se utiliza para exibir para outros “machos” e quando é afrontado, descarrega toda sua “testosterona”, sua “viril masculinidade” na forma das mais diversas agressões.

Observamos recentemente o caso do MC Guimé e do Cara de Sapato ao assediarem e importunarem a nova participante do reality na qual não convém citar o nome. E mais, estamos vivenciando uma ascensão dos “red pills”, homens misóginos que querem perpetuar sua frágil masculinidade através de discursos de ódio e agressões físicas e mentais em mulheres, tudo porque ainda não conseguiram encontrar em si mesmos a sua masculinidade.

Até quando seremos uma sociedade que reprime a mulher e a sua liberdade, apontando e atacando, denegrindo e humilhando, enquanto os homens são os beneficiados pelo sexo forte, aqueles que podem tudo.

Como dado sobre os feminicídios e o quão grave é essa situação, em 2022 tivemos um aumento de 3% dos casos no Brasil, totalizando 3930 mortes de mulheres, até julho de 2022, mais de 31 mil denúncias de agressões contra mulheres foram registradas, estes dados referem-se a violência doméstica ou familiar. Tudo isso pode ser encontrado no site do governo e em outros sites de notícia.

A situação é mais grave do que se pode aparentar, gradativamente a mulher tem sido apagada pela estrutura machista na sociedade e menos se tem pensado na defesa da mulher, em políticas públicas que sejam rígidas quanto às punições, bem como ao apoio as mulheres violentadas.

Não podemos mais permitir o assujeitamento da mulher, nem tampouco manter o estereótipo de que a mulher deve ser submissa e apagar de vez da mente de todos que a mulher é dona de si mesma, não objeto de ninguém.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva