Os dados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) trazidos na edição de ontem apontam que o desempenho dos estudantes da rede estadual, principalmente no Ensino Médio, permanece abaixo do esperado. Em outras palavras, os números mostram que a educação, ou política educacional, não avançou como deveria. Diante desses resultados, é preciso arregaçar as mangas e ver como agir para que, no próximo, as coisas sejam diferentes. Avaliações como o Saresp precisam servir justamente para o planejar o ensino e políticas públicas. O resultado precisa chegar ao professor, precisa ser feito um trabalho pedagógico, definir as principais carências e trabalhar para resolvê-las. Não basta premiar alunos e professores pelo bom desempenho na prova, pois isso claramente não fará com que os outros tenham performances melhores na edição seguinte, caso o ensino, por si só, seja falho. É evidente, também, que o desempenho ruim em provas como essa é visto em todo o Brasil e se mostrou tendência no pós-pandemia, em que gestores e educadores estão correndo atrás do prejuízo. Mas São Paulo, por ser um estado com mais recursos financeiros, deveria servir como exemplo quanto à estrutura escolar e à valorização dos docentes. As ações recém-anunciadas pelos governos estadual e federal voltadas alfabetização na idade correta são muito bem-vindas, mas também é preciso pensar no aluno que está em estágio mais avançado dentro da rede estadual e que precisa sair lá na frente, formado e capacitado para enfrentar os desafios da vida, do mundo e do mercado de trabalho. Todos sabemos que isso só a educação pode oferecer.