A dengue exige reação
O Ministério da Saúde divulgou alerta sobre o aumento de casos de dengue, na ordem de 15,8%, na comparação com o ano passado. Também houve crescimento de 5,4% no número de mortes. Além disso, pela primeira vez depois de muito tempo, o Brasil tem os quatro tipos de dengue em circulação. O tipo 3, por exemplo, não circulava desde 2007. Esse cenário comprova que o combate ao mosquito transmissor está sendo feito de maneira errada ou simplesmente não está sendo feito. É resultado do desleixo do cidadão, que não coloca a faxina no quintal e terrenos dentro de sua rotina e permite que a água se acumule em recipientes diversos. É também reflexo de políticas ineficientes de enfrentamento e de conscientização por parte do poder público. As campanhas educativas até existem, mas a população nunca incorporou as medidas preventivas como parte de sua vida. Continua parecendo algo forçado: o agente precisa entrar casa após casa, limpar o imóvel alheio e, com isso, evitar que o mosquito se prolifere e a doença se espalhe. Não raros são os comentários, depois da confirmação da doença, de que há criadouros no bairro por culpa deste ou daquele vizinho, quando o perigo na verdade está dentro da residência do próprio reclamante. É a velha história de apontar os outros, sem olhar o seu. Ou esquivar-se da responsabilidade que é só sua. No ano passado, Catanduva vivenciou a terceira pior epidemia de sua história e, apesar dos números mais controlados em 2023, a cidade poderá enfrentar situação preocupante no próximo ano, caso nada mais incisivo seja feito. Enfim, população e poder público precisam atuar em conjunto. A Secretaria de Saúde precisa agir e isso começa por manifestar-se à imprensa sobre o tema, algo que não aconteceu. Ainda que não “fale” sobre o que está sendo feito, que simplesmente faça, mostre resultados e proteja nossa população.
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