A Cidade dos Veículos

Nem feitiço, nem fraterna, Catanduva é a cidade dos veículos. Isso porque ela se destaca por um dado curioso: o número de veículos emplacados aqui praticamente ultrapassa o número de habitantes. Com mais de 120 mil veículos para uma população estimada em 119 mil pessoas, a cidade enfrenta desafios únicos em relação ao trânsito, à mobilidade urbana e à qualidade de vida de seus moradores. Um dos principais impactos dessa alta concentração de veículos pode ser visto no fluxo do trânsito. Ruas e avenidas, muitas vezes projetadas para um fluxo menor, tornam-se palco de lentidão, especialmente nos horários de pico. A questão não é o tempo que se gasta no trânsito, já que os lugares são relativamente próximos, mas o que isso representa para os motoristas, quanto ao estresse e riscos de acidentes. A grande quantidade de motos, que já se aproxima de 36 mil, também merece atenção. Embora possam ser alternativa mais ágil, elas também contribuem para o aumento do número de acidentes e até para a poluição sonora. A mobilidade urbana é outro aspecto afetado. Com a prioridade dada aos veículos, o transporte público muitas vezes perde espaço e qualidade, desincentivando o seu uso. Calçadas estreitas e mal conservadas dificultam a vida dos pedestres, enquanto a falta de ciclovias seguras impede o uso da bicicleta como meio de transporte. A qualidade de vida dos moradores também pode ser impactada. A poluição do ar, causada pela emissão de gases dos veículos, contribui para o aumento de doenças respiratórias e o barulho constante do trânsito perturba o sossego de muita gente. O excesso de lombadas, algumas em pontos até questionáveis, contribui negativamente com tudo isso. Diante desse cenário, é fundamental que o poder público adote medidas para enfrentar esses desafios. Investimentos em transporte público são essenciais. A fiscalização do trânsito e a educação dos motoristas também são importantes. E, para completar, campanhas de conscientização sobre direção segura podem reduzir o número de vítimas do trânsito. A alta proporção de veículos por habitante exige olhar atento e ações planejadas para o futuro.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.