A arma de todos nós!
«Mas e quando a violência contra sua pessoa vier à luz? Falo daquele momento em que o pior está, de fato, por acontecer. Quantos de nós estamos preparados para, aí, tomar uma medida?»
Deus deu armas a tudo o quanto existe. Ao leão deu a força. À abelha, o aguilhão. À águia, a velocidade. E ao homem deu a inteligência. Daí ser ele animal racional. O animal que dispõe da inteligência para sobreviver! Quem viu '2001, Uma Odisséia no Espaço', de Stanley Kubrik, inspirado na obra do mesmo nome, de Arthur C. Clark, ao som do 'Assim Falou Zaratrusta', do Richard Strauss, testemunhou a manifestação primeira da inteligência no homo erectus, logo depois, homo sapiens. Ali, o ancestral do homem inventa a arma, valendo-se de um fêmur de um quadrúpede, que lhe assegurará a permanência na face da Terra, fazendo frente a animais nitidamente superiores a ele em força e tamanho.
E o homem vem usando a inteligência em seu próprio benefício? Santos Dumont inventou o avião para encurtar distâncias. Outra mente transformou o avião em arma de guerra. Alfred Nobel inventou a dinamite para simplificar tarefas do âmbito da Engenharia. Outra mente transformou a dinamite em arma de guerra. O Frenquel, o Ritalin e o Serpasil vieram à luz para salvar mentes. Logo, viraram psicotrópicos e caíram no mercado negro. Por sua vez, com a palavra os fumantes, os bebedores além do limite, os consumidores de drogas, os que, enfim, acham que o amanhã é o grande dia, o dia do recomeço de nova vida. E esse amanhã nunca chega! Em verdade, o amanhã existe apenas no calendário dos tolos.
Quantos de nós temos condições de prestar primeiros socorros? Se alguém, diante de nós, cai, vítima de mal qualquer, temos condições de contribuir para que essa vida seja salva? Não seria hora de nos interessarmos pelo aprendizado de ajuda efetiva a seres humanos? Não percamos de vista que os necessitados, na hipótese, podem ser nossos filhos, nossos pais, nossos avós, nossos cônjuges, nossos amigos ou apenas um ou outro ser humano. De qualquer forma, uma vida preciosa, que poderia e deve ser salva.
Por outro lado, quantos de nós temos condições de enfrentar um assalto? Claro! Dir-se-á que, num assalto, não se deve reagir. É verdade. Já fui assaltado e conduzido sob mira de revólver. Estava em companhia do Dr. João Romera, médico e amigo de saudosa memória. Sei como isso é. Mas e quando a violência contra sua pessoa vier à luz? Falo daquele momento em que o pior está, de fato, por acontecer. Quantos de nós estamos preparados para, aí, tomar uma medida?
Está, creio, na hora de usar a arma que Deus nos deu, a inteligência. Aprender o que fazer. `Nada de ficar na frágil posição de recém-nascido. Hoje, a violência contra o cidadão é muito mais do que possibilidade. É probabilidade. Assim como há livros sobre primeiros socorros, há livros que ensinam o que fazer e o que não fazer em situações de perigo para si ou para a família. Nada de caratê ou judô, assuntos para atletas. Há, sim, medidas eficazes que podem nos manter vivos. E essa, talvez, seja nossa única esperança.
Há, nessa área, livro de Sanford Strong, policial comandante da SWAT, polícia americana, chamado Defenda-se! (da Editora Harbra) que vale a pena ser lido. Ele não maquia bobagem, conferindo-lhe ar de seriedade, como sói acontecer. Afinal, essa é partida onde não há espaço para improvisação. Strong combate o acoelhamento, a tal rendição e inteira submissão pelo medo.
Em sua obra, estão previstas todas as hipóteses. Ele nos ensina, por exemplo, como nos orientar e como orientar nossos familiares a agir, em situações de real perigo. Ou, ainda, como evitar a remoção de sua pessoa, na condição de vítima, do palco nº 1 para o palco nº 2, onde suas possibilidades de sobrevivência irão a nocaute.
Explico: se por uma dessas coisas da vida –– e olhem que a vida tem coisas! — alguém é submetido por outrem, possivelmente dois ou três indivíduos, num dado lugar, estes poderão pretender levar aquele para outro lugar. No palco de nº 2, a situação tende a se tornar irreversível. O que há de ser feito está contido na obra em menção.
Ensina mais: ensina como evitar que o pavor nos garroteie. Ou que sejamos inocentes como a mosca que aceita o convite da aranha para jantar. Um lembrete: na situação real, não dá para decolar para voo cego, não dá para improvisar. De modo algum!
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