Á Área Azul vai voltar
O sistema de Área Azul foi fiscalizado de forma intensa, na gestão do ex-prefeito Afonso Macchione Neto. Na época, vereadores de oposição chegaram a aludir à suposta indústria das multas e até instauraram CEI para investigação nesse sentido. O tema ganhou tanta luz que uma equipe de televisão de São José do Rio Preto chegou a ficar um dia todo nas esquinas do Centro contabilizando infrações para contribuir com o debate – afinal, havia multas demais ou imprudência em excesso? Na administração de Geraldo Vinholi e nos dois primeiros anos do governo Padre Osvaldo, essa questão foi deixada de lado, assim como os Agentes de Fiscalização de Trânsito, os AFTs, que assumiram outros papeis, inclusive administrativos. Ao percorrer o centro da cidade, hoje, logo pela manhã, é possível constatar o grande número de véiculos estacionados nas vagas da Área Azul, muitos dos quais ficarão grande parte do dia ali, estáticos, ocupando vagas de possíveis clientes do comércio. Até a praça da Igreja Matriz anda sendo ocupada. É incrível, aliás, que nenhuma instituição que represente o comércio e as empresas ainda não tenha reclamado disso, inclusive. Ao mesmo tempo, quando o prefeito Padre Osvaldo envia à Câmara, sem qualquer alarde, um projeto de lei que fala sobre modernização da área azul e abre espaço para que o serviço seja terceirizado, privatizado, concedido ou qualquer palavra similar, a discussão vai para outro patamar. Isso porque ao envolver a iniciativa privada surge a necessidade de lucro, afinal, a empresa precisará investir em sistema, equipamentos e pessoal para, num contrato de pelo menos 10 anos, alcançar suas metas de rentabilidade. Caso esse ganho esteja diretamente atrelado à aplicação das multas, e não à venda dos talões, poderemos assistir, aí sim, à indústria das multas alardeada e não comprovada há tantos anos.
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